O antigo Secretário Executivo da Southern African Development Community (SADC)/Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (2005-2013) e antigo Ministro dos Transportes e Comunicação (2000-2004) e do Plano e Finanças (1994-1999), Dr. Tomaz Augusto Salomão, proferiu uma palestra subordinada ao tema Integração Regional: desafios e perspectivas para o sector do Turismo em Moçambique na Sala de Conferências da Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane (ESHTI) no dia 16/03/2017. Este evento foi o ponto alto das actividades programadas para celebração dos XIV anos desta unidade orgânica da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).

Na abertura do evento, o Director da ESHTI, Dr. Emídio Samuel Nhamtumbo, contextualizou o evento e aproveitou a oportunidade para saudar os novos ingressos a ESHTI/UEM, agradecendo, igualmente, o palestrante por ter aceitado o convite para realizar uma palestra para a comunidade académica da Escola sobre um tema de relevância local, nacional e regional.

Tomando a palavra, O Dr. Salomão, Professor Visitante na Universidad de Witwatersrand (Joanesburgo, Africa do Sul) e actual Presidente do Conselho de Administração do Standard Bank (não-executivo), para além das habituais mensagens de estímulos e alertas aos estudantes, sobre a boa conduta e perfil que estes devem ter ao longo do seu percurso académico e sobre os vícios que os circundam (álcool, HIV/SIDA, outras), partilhou alguns detalhes dos encontros que ditaram a cedência temporária das infra-estruturas que hoje são utilizadas pela ESHTI nas suas actividades de ensino, investigação e extensão, outrora utilizadas pela Escola Ferroviária sob gestão da empresa Caminhos de Ferro de Moçambique.

Na sequência, o palestrante explicou os desafios do desenvolvimento regional e as oportunidades que Moçambique detém frente aos demais países da região da SADC. Segundo o orador “O continente africano enfrenta vários desafios como conflitos (motivados pela disputa pelos recursos naturais), pobreza (cerca de 50% da população é pobre), infra-estrutura débil (energia, transportes, água...), governação, baixa produtividade e barreiras na circulação de pessoas e bens. Apesar das dificuldades, África tem as suas potencialidades: tamanho da população (maioritariamente jovem), recursos naturais intactos, enormes reservas de água, número crescente de pessoas qualificadas e disponibilidade de terra para produção de alimentos”.

Ao abordar sobre o sector do Turismo, este explicou que Moçambique deve: apostar no turismo colhendo lições e experiências dos países da região, formando recursos humanos necessários em toda a cadeia e níveis; desenvolver as infra-estruturas de apoio (energia, água, telecomunicações e transportes); desenvolver pacotes turísticos atractivos e competitivos; domesticar as reservas ou marcações e a partilha de taxas e impostos; proteger o ambiente e criar o ambiente e a percepção de que os turistas estão seguros. Salientou que se deve apostar numa economia assente no uso e aproveitamento da terra e no desenvolvimento rural integrado e no turismo como forma de gerir emprego, elevar a produtividade e standards, produzir comida para consumo interno e combater a fome e subnutrição, dinamizar o desenvolvimento da agro-indústria.

Para concluir, este recomendou que se aborde o desenvolvimento do turismo, em Moçambique, de forma pragmática, aproveitando-se o potencial existente para gerar-se mais recursos para o Estado, por via do alargamento da base tributária e empoderamento das pequenas, médias e grandes empresas.

O evento contou com a presença de docentes, estudantes, dirigentes provinciais, distritais, municipais e outros convidados do sector privado. Houve ainda espaço para o orador dialogar com os participantes, momento que antecedeu o encerramento do evento pelo Director da ESHTI, Dr. Emídio S. Nhantumbo.

Encontre a apresentação do orador aqui.

 

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